quinta-feira, 19 de maio de 2016

o homem

o homem


o homem se encontra no coletivo o homem perde-se no individualismo o homem se ver no coletivo o homem não reconhece o outro homem no individualismo ele compete pra ver quem é o mais pica grossa o homem flui no coletivo feminino concilia o homem estraçalha no individualismo passo por cima do outro homem a 300 por hora no asfalto quente com gasolina, estatísticas, publicidade prédios, prédios, prédios, condomínio fechado, capital , barbarie, poder, segrega o homem caga, chora, perdoa, ama, divide o rango, a xila, congrega no coletivo evolui nossas mães nos abracam com afago o homem passa desodorante asséptico gourmet paga porta de entrada no individualismo coletivo flauta doce individualismo buzina agonia coletivo afeto individualismo eletivo.



- DIEGO PIRES









quinta-feira, 12 de maio de 2016

NÓS QUE ACREDITAMOS

NÓS QUE ACREDITAMOS












































 amanheço o sol mesmo na sombria cremação
de nossa frágil liberdade.
ontem por muito satisfeito caminhei depois de 
uma singela conversa entre amigos.
dizíamos:
nós não somos livres!
nós não somos livres!
me alegrava a consciência dos meninos.
houve um poema sério dito e feito:
esperançamos andar sob o sol sem medo.
esperançamos andar sob a lua sem medo.
esperançamos andar sob a escuridão.
esperançamos andar sob a margem como.
se no
centro.
na ilha se fez mas em outro canto sem mar.
havia um poema a ser feito.
porém.
uma carta de morte se escrevera. ontem.
sob a mistica dos versos.
havia um poema a ser feito.
um poema se escreveu antes.
um poema por não-poetas.
antes que o papel fosse ferido pela
ponta da caneta. era - é um poema de dor.
rangeu - se os dentes no word. pairava sobre
nossos ombros. os fardos pesados.
onde está jesus?
havia um poema a ser declamado.
antes um pastor assenhorou um discurso
era a nossa perda. ouvir. há um tempo: o
que temos deve ser alimentado não minado.
havia um poema a ser feito.
porém poetas amanheciam chovendo.
haviam poemas a serem feitos.
antes fizeram poemas pelos poetas.
há um poema a ser feito.
gritemos agora:
há um poema a ser feito.
há um poema a ser feito.
há um poema a ser feito.
por poetas não por deputados.
gastou - se no espaço. dos nosso abraços.
era a morte da utopia. nos movia agora morta.
renascendo agora sob o signo da ocupação.
por justiça. por:
cajueiro. messegana. terra firme.
pela rua.
escolas públicas. câmaras.
aqui onde todos procuram
está nossa esperança.
há um poema a ser feito.
há um poema a ser feito.
há um poema a ser feito.
por todos nós. nós que acreditamos.
faremos uma música de esperança.
onde brilha o sol no mel de meus olhos.
enquanto um golpe me espanca.
vamos lá, passar por estes frios.
frios dias. com esperança veremos
o sol brilhar. o sol brilhará sob nossa
ilha! nossas filhas. ofuscará o padrão.
enfim seremos livres. nós que acreditamos.

Paulo Freire - pf;


quinta-feira, 5 de maio de 2016

Coração Intermitente


Coração intermitente

Eu prefiro que se cale! Que sufoque dentro do peito Esse coração demente Prefiro que delire a mente em um silêncio mórbido Ao invés de gritar e declarar amores
Eu prefiro ranger os dentes E fechar os olhos E cerrar os punhos do que ceder, sem hesitação, e manchar esse belo quadro com demasiadas cores.
Eu prefiro recusar sabores E fugir E implodir E fugir de novo Reduzindo as dores
Eu prefiro não preferir E morrer na superfície mudo e sem intenção. Levando apenas no coração um sentimento inexplorado um cenário intocado e sem atores.
Hiago Chistian