terça-feira, 28 de abril de 2015

Rua do Giz


Rua do Giz    

Em minhas andanças,
Vejo uma ruela na rua aberta, 
De repente, fiquei parado, 
Sonhei de olhos abertos, 
Transportei-me transcendente  
Com o giz que é branca e amarela:
Então, rabisquei,
e soltei o pó que espirra narinas, 
Mas desenha perfeitamente
 uma rua  pequenina  
Visto em janelas cristalinas  
Das casas belas e antigas.  

Ao acordar, andei mais e 
Soube que as pedras de giz
encaminham
ao infinito cotidiano
Do andar pequenino e sagaz
Do ludovicense bem contemporâneo
e ao mesmo tempo antigo.

 Em vias de pedras, casas e ladeiras,   
A rua desenhada por portugueses e os 
Seus descendentes 
E construída nas mãos dos brancos pobres e negros, 
Transmudaram em vias culturais complexas,
As misturas e encantamentos
Que descem em sedimentos
de poesias descritas em pó de giz
Dos artísticos poetas vistos.

Ao esperar do entardecer,
Sei que nos momentos
Em plena harmonia de viver
O giz sempre rabisca
As marcas do andarilho
Das pessoas da ilhinha 

Ao anoitecer,
a rua
Descansa bem de mansinho 
E deixa os jovens poetas
Retirarem,colherem e plantar
Do giz 
o poema escrita
Nas paredes desenhadas
Das escadarias.

E assim o mundo transmite:
Em sábados,
Bebem-se,
Desviam
Nos leves dedos
Os versos desalinhados
Da qual o vinho
Seduz a falar
Sobre a tal
Rua do  Giz
 que os ludovicenses pintam
Em forma de poesias. 
- Reylton Reis

 (foto - Reylton Reis)

terça-feira, 21 de abril de 2015

Parnaso

Parnaso

Há tempo que não há tempo algum
Pra suspiro ou grito de felicidade
Nem tempo, nem vento de lado nenhum
Só vazio e frio de muita saudade.

Saudade de tempos, dos tempos alheios
Do passado de Moças valentes
Que hoje são velhos tarados
Saudade das saudades dos dentes que outrora
Habitavam a boca
Dos sorrisos que caminham a cova.

Há tempos em tempos no monte Parnaso
Que Clio perde a beleza, seu sangue cega a navalha
A lembrança vira carrasco
E a verdade morre saudade, Saudade calada.

-Paulo Roberto Silva Freire