Em minhas andanças,
Vejo uma ruela na rua aberta,
De repente, fiquei parado,
Sonhei de olhos abertos,
Transportei-me transcendente
Com o giz que é branca e amarela:
Então, rabisquei,
e soltei o pó que espirra narinas,
Mas desenha perfeitamente
uma rua pequenina
Visto em janelas cristalinas
Das casas belas e antigas.
Ao acordar, andei mais e
Soube que as pedras de giz
encaminham
ao infinito cotidiano
Do andar pequenino e sagaz
Do ludovicense bem contemporâneo
e ao mesmo tempo antigo.
Em vias de pedras, casas e ladeiras,
A rua desenhada por portugueses e os
Seus descendentes
E construída nas mãos dos brancos pobres e negros,
Transmudaram em vias culturais complexas,
As misturas e encantamentos
Que descem em sedimentos
de poesias descritas em pó de giz
Dos artísticos poetas vistos.
Ao esperar do entardecer,
Sei que nos momentos
Em plena harmonia de viver
O giz sempre rabisca
As marcas do andarilho
Das pessoas da ilhinha
Ao anoitecer,
a rua
Descansa bem de mansinho
E deixa os jovens poetas
Retirarem,colherem e plantar
Do giz
o poema escrita
Nas paredes desenhadas
Das escadarias.
E assim o mundo transmite:
Em sábados,
Bebem-se,
Desviam
Nos leves dedos
Os versos desalinhados
Da qual o vinho
Seduz a falar
Sobre a tal
Rua do Giz
que os ludovicenses pintam
Em forma de poesias.
- Reylton Reis
- Reylton Reis
(foto - Reylton Reis)

