sábado, 25 de julho de 2015

Apenas um Show


Apenas um Show

Gemidos extraídos 
Em meus braços 
Quando a guitarra 
Chora em qualquer bar
De norte ao Sul
Dos Estados Unidos.

Talvez esteja apenas 
Enfiando os meus dedos 
Em um corpo malicioso 
Para poder soltar um som 
Que toca na minha alma 
E de outras que estão condenadas 
A queimar junto comigo 
Em cada bar apertado, 
Até o blues acabar.

Aqui é quente, 
Não sei em qual Estado estou, 
São tantos lugares 
Que me perdi no mundo 
E vou até aonde a van 
Poder me levar 
Para tocar em qualquer bar, 
Só sei que estou fora de casa.

O sábado está agitado, 
É mais um dia de metanfetamina, 
É virar até o amanhecer, 
Tocando em um palco pequeno 
E muito underground, 
Cheirando whisky derramado, 
Fumaças de cigarro barato, 
E suor evaporado do
Êxtase dos negros,brancos 
E mulatos que ganharam 
Uma carta de alforria do trabalho
Pesado dos portos, lavouras e 
Das fábricas.

Inicio a algazarra,
Tocando uma música 
Em homenagem a Alabama, 
Para poder lembrar da casa 
De onde nasci e conheci o blues, 
Em seguida, olho para cada alma entorpecida 
Em transe com o som da minha guitarra 
E o meu sorriso abre por ver que tudo aquilo 
Como escapismo de uma vida de inferno 
Que todo mundo leva para poder ganhar alguns dólares 
Para se manter vivo em um mundo capitalista
Onde morremos em duração de 23 horas 
Para viver apenas uma hora.
- Rey



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