quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Grand jeté



Grand jeté ou o grande salto

Um bailar sui generis
mas não tão único
tão próprio
que leva ao fim todo sentido técnico na sua estética, no ato és.

Os movimentos são
Os mesmos? vejo, não medes esforç –
Os, pois teus pés são rapid –
Os, treinad –
Os.
              És a verdade.
               Teus pés flutuam sobre o não -
                 Lugar. donde sobrevivem os escombros
                  De um fazer-amor. Memória deste real ato.

O sensor que analisa,
O não pisar e toca -
O chão, que cansas na dança
O que não cansa? é aquilo que não dança.
O vão e o atrito do artigo no plural; teu corpo e o chão, são as linhas do
O
             Não vais, não fica
             Vai e fica
             Dança
             Engana, repete sempre.
             És um grau 0?
             Sou penso eu, teu? (que equívoco tolo)
             De mim sou e tu és de ti. Linguajar cafona do ser:

Como
Castigo
Lerás o poema.
Cabe a mim, o eu sou de meus olhos
Cabe a ti o eu sou de tua alma e corpo.
Via filtros:
Vejo, que sou eu, meu próprio fim. No verso.

Sou tão eu aqui, que não deixo que dances
Sim, nem ir sem que dances
Sempre volto, como mostro
Se bem que é este o labirinto
bailador do Ser.
              Perdido na quarta da vida
              Resplandeço no fim de semana.
              Nunca mais te vi
              Pelos
              Rumos da banda
              Mais bohemia de minha cidade.



Vamos à praia?










sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Eu quero te dizer



Eu quero te dizer 

Eu quero te dizer
o quanto sinto saudades,
o quanto sinto tua falta,
o quanto eu te quero pra mim.

Eu quero te dizer
o quanto eu te pertenço,
o quanto você me completa,
o quanto você me basta.

Eu quero te dizer
o quanto eu te preciso,
o quanto tudo pode ser diferente,
o quanto eu quero te fazer bem.

Eu quero te dizer que te quero,
a qualquer hora,
em qualquer estado,
pra qualquer coisa.

Eu quero te dizer
o quanto eu quero que você me queira,
o quanto eu preciso cuidar de você,
o quanto eu quero te ter.

Eu quero te dizer
que essa saudade 
sufoca,maltrata,
agride.


Eu quero te pedir pra vir me ver,
pra me esquecer,
me perturbar,
me deixar em paz,
não me esquecer.

Eu quero te dizer que te amo.
Que te quero pra sempre.
Que não quero te perder de novo.
Que quero te dar colo.
Que quero cuidar de você.

Eu quero te dizer,
mas eu não vou,
não vou te procurar,
eu vou tentar te esquecer,
eu vou te esquecer.

Eu quero te dizer que nunca vou te esquecer.
Que vou sempre esperar uma ligação,
uma mensagem,
uma chegada inesperada.


Eu quero te dizer que eu quero você de volta.
Eu quero te dizer que sim, eu aceito suas condições.
Eu quero te dizer que eu não aceito não ter você.
Eu quero te dizer que eu te amo, sim. Eu te amo.

- Sil Alves 















terça-feira, 1 de setembro de 2015

Maré


Maré

Há amores, que se perdem
como objetos em bolsa de mulher,
que nem brinquedos na areia,
como um ferro de machado que cai no mar,

Alguns, nunca se acham,
outros, no encontro se perdem,
e ainda há aqueles que vivem,
perdidos na própria perdição, se acham.

Os que vem à tona, sorriem 
e, no riso outros choram
percas, idas, perdidas
algum profeta faz submergir,
algum pedreiro os joga na massa,
outros engatam nas presilhais de cabelo
e, ainda há aqueles que vem nas redes cheias dos pescadores.


Uns afundam na areia
e vão pra outro mundo,
outros se desintegram,
e se esvaem, como as
águas da maré.

- Paulo Roberto Silva Freire