terça-feira, 1 de setembro de 2015

Maré


Maré

Há amores, que se perdem
como objetos em bolsa de mulher,
que nem brinquedos na areia,
como um ferro de machado que cai no mar,

Alguns, nunca se acham,
outros, no encontro se perdem,
e ainda há aqueles que vivem,
perdidos na própria perdição, se acham.

Os que vem à tona, sorriem 
e, no riso outros choram
percas, idas, perdidas
algum profeta faz submergir,
algum pedreiro os joga na massa,
outros engatam nas presilhais de cabelo
e, ainda há aqueles que vem nas redes cheias dos pescadores.


Uns afundam na areia
e vão pra outro mundo,
outros se desintegram,
e se esvaem, como as
águas da maré.

- Paulo Roberto Silva Freire






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