terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Sei lá

Sei lá.

I
Continuo não sabendo, não sabendo eu vou brincando de viver, viver na feliz indecisão do "sei lá".
II
Um eterno sei lá é minha vida. Perguntas e mais perguntas me afogam, eu me afogo em mar de "sei lá".


Pádua Silva












terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Lá vai ela


Lá vai ela

Nos fios de cabelo, uma passante.
Entre as multidões
dos pensamentos e sons
que habitam minha mente.

Pelos sentidos, ela caminhava.
sentindo, os arrepios a balançar os cabelos
ao longe, seus olhos risonhos
enquanto, flutuante em sonho, a beijava.

Um frenético silêncio se fazia
sentir ao ultimo contato, majestosa!
Embriagado por um beleza suntuosa
enquanto, flutuante em sonho, dizia:

Saudade, dos sons externos
dá, saudade de outros vazios.
Menina, de afagos no frio.
Me viaja, teus abraços eternos.


Paulo Roberto Silva Freire



(À une passante)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Brinde

Brinde. À liquidez das relações! Saúdo com meus versos A falsa autoestima Travestida na própria foto Na tela de bloqueio De um celular qualquer. Tim-tim. Narcisos de plásticos Nascem constantemente, Infinitamente, Inutilmente. Filho da massificação, Sem cheiro,sem cor E com muitos rótulos a ostentar. Tim-tim. Relações tão fugazes Quanto aquele olhar Dirigido ao desconhecido transeunte, Diferenciando apenas na retina-vida Que orficamente se transmuta em infinitas kalpas. As relações não. Nascem com o adágio da anomia Certificadas pelo envelope roxo de Saramago. Tim-tim. Vazio. Não o nada , apenas o vazio. Aquele singelo útero pós moderno Infecundo de vida E manjedoura das conveniências.

Pádua Silva