segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Brinde

Brinde. À liquidez das relações! Saúdo com meus versos A falsa autoestima Travestida na própria foto Na tela de bloqueio De um celular qualquer. Tim-tim. Narcisos de plásticos Nascem constantemente, Infinitamente, Inutilmente. Filho da massificação, Sem cheiro,sem cor E com muitos rótulos a ostentar. Tim-tim. Relações tão fugazes Quanto aquele olhar Dirigido ao desconhecido transeunte, Diferenciando apenas na retina-vida Que orficamente se transmuta em infinitas kalpas. As relações não. Nascem com o adágio da anomia Certificadas pelo envelope roxo de Saramago. Tim-tim. Vazio. Não o nada , apenas o vazio. Aquele singelo útero pós moderno Infecundo de vida E manjedoura das conveniências.

Pádua Silva


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