sábado, 6 de junho de 2015

Insônia


Insônia

Olhos abertos, 
Corpo instável

Alma embriagado,  
Coração acelerado.
Levanto da cama 
Sob o mando do espírito 
em sintonia com o consciente 

São 2 horas da manhã, 
O silencio reina pela rua afora  
Mas não reina pela rua adentro. 

Vou na mirante, 
Ouço vozes dos
Meus fantasmas 
Batendo na porta 
De forma rápido.

O toc -toc imaginário, 
sucumbia em minha memória 
Que doía  
Lembrando 
Dos meus antecedentes, 
Que batiam desesperados 
Na porta 
dos sobrados 
De outros parentes, 
Que hoje estão enterrados,
Cuja as almas transcenderam 
De modo incandescente.

Queria dormir, 
Mas a noite era de lua cheia   
Iluminando a escuridão 
Que não tinha estrelas, 
Em que belo luar iluminava, 
mas não ajudava 
A me aquietar 

O agito das luzes 
exigiu a meu espirito   
Que não queria sonhar, 
 a pensar 
Em fazer algo.

Liguei a rádio da minha memória, 
O blues estava rolando 
Na vitrola dos pensamentos, 
E os meus pés 
Ficaram inquietos, 
Parece que nasceu 
As asas de Hermes 
Que brotou pelos pés, 
E a minha mão tremia, 
Mas não era punheta, 
Era mesmo tremedeira 
Associado à vontade 
De escrever um poema.


Na TV,
Não havia filmes interessantes, 
Então desliguei logo, 
Fui para geladeira, 
 queria me hidratar,
Mas lá não tinha água, 
Havia restos do vinho barato.

Lá na instante empoeirado, 
Havia maços de cigarros.

Na mesa, havia o vazio, 
O pc não estava ali, 
Peguei a minha velha amante, 
E datilografei com ela
bebendo vinho
E fumando derby 
Até morrer 
Para acordar mais uma vez 
Com a dor de ter acabado 
Com a floresta amazônica, 
Por causa das correções, 
Com a dor na consciência 
Por causa do meu fígado 
Atacado pelo vinho, 
E com meu pulmão 
Por causa do cigarro
Que havia fumado 
Para encarar 
A juventude 
Em datilografar
Entre a fumaça gerado 
Entre a boca e o tabaco.


Hoje, não sou mais jovem, 
Mas a minha mente teima em 
Voltar a ser, 
E foi buscando nas lembranças, 
As memórias de escritor, 
Que significava 
Escrever na máquina 
E lembrar da juventude, 
Em que eu escrevia bêbado 
entre as chamas 
Dos maços de cigarro.

Hoje estou velho, 
Vou aposentar a máquina 
De uma vez, 
Contudo, 
Na próxima vez 
que eu escrever, 
Instalarei um word 
No pensamento, 
Enquanto o computador, 
Estiver no conserto.


- Reylton Reis 

Imagem: Charles Bukowski, o escritor 


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