A D E S P E D I D A
meu poema saca
da varanda de tua vida
no ensejo se despede
minha louca alma varrida
tu, deusa fria
a sorrir pela janela
acena ao meu poema
e sopra: cuida bem dela
que poema leviano!
da minh'alma abusou
fê-la sua criada
a usou que emprenhou
ora, se teu poema singular
fez-te puta parida
o céu há de te expurgar
te vira, alma varrida!
não cais bem nos poemas
teu amor a ninguém serve
hoje só deplora e reza:
que ao menos o diabo
a mim, pobre alma, carregue
ó, musa deste poema
desce já de tua janela
lá em baixo está minhalma
a perecer por teu emblema
deusa fria mais que noite
desce e acende velas
que a desgraça está a fora
a minh'alma falecera
- Luane Macedo

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